[Cinema] 5 motivos pelo qual o Dark shadows sucks e outros três filmes do Tim Burton não!

By Adeselna Davies - 01:17


Gostaria de começar esta pseudo-crítica a enumerar os motivos pelo qual eu ia ver os filmes do Tim Burton ao cinema:
- Personagens estranhas: check;
- Cenários gore: check;
- Histórias com o seu je ne sais quoi de gótico/macabro/romântico e fofo: check.

Por norma, as pessoas costumam revisitar os filmes do Tim Burton mais seguros e clássicos. Peça de cinema lindas como o Nightmare before Christmas, Vincent, Corpse bride, Edward Scissorhands, Mars attack (que é tão fofo), Sweeney Todd… e depois temos o Dark Shadows. Vamos ser sinceros quando vamos ver um filme do Tim Burton podemos esperar duas coisas: Johny Depp e Helena Bohnam Carter e Dark Shadows tem esse duo… so porque é que o filme falhou completamente? Pois é, ao rever o filme tentei vê-lo numa perspectiva de Hammer film, algo menos sério e se calhar mais cómico. Mas a verdade é que Dark Shadows não é cómico, everything falls flat. Yup até mesmo o Johny e por isso vou-vos dar 5 motivos pelo qual o filme falhou e o Nightmare Before Christmas/Corpse bride/ Sweeney Todd ganharam…. Well basically estes três são musicais, o que de facto ajuda, mas só dois são stop-motion animated ao passo que o Sweeney já é mais adulto.
 Ora vamos lá começar:

1. O enredo/script:

Podemos começar com algo muito básico: The nightmare before Christmas é um original do Tim Burton e o Sweeney Todd é uma adaptação de uma novel. O Dark Shadows é uma série e só nisso já estamos a competir duas horas de ecrã com as centenas de horas que a série teve. Adaptar uma série para o grande ecrã nunca é justo, mas ao tentar encaixar demasiadas coisas que apareciam na série em tão pouco tempo é receita para o desastre.
Also o script foi escrito pelo Seth Graham Smith (ao autor de Pride and Prejudice and zombies, Abraham Lincoln vmpire hunter), deixem-me que vos diga uma coisa: he’s not good! Pride and prejudice and zombies? Nem cheguei a metade do livro, it’s dull! And so is Dark Shadows. Falta humor a sério, falta profundidade nos diálogos e o Tim Burton sabe construir uma história de amor *wink wink Corpse bride*, so o motivo pelo qual foi a besta do Smith a escrever o guião beats the crap out of me!

Ahaha…. Not funny! <<

2. We women like to take a tour to the hills and throw ourselves into the sea…

O love interest do Barnabas são tão chatas e sem sal que admira-me que ele não tenha adorado a Angelique que era a única que tinha um cérebro! Não me interpretem mal, a Eva Green estava LINDA no papel… mas as suas motivações?? I just wanted you to love me? Geez talk about being needy! Basicamente as mulheres só vivem para se apaixonarem pelo Barnabas Collins e ou serem mortas ou quererem matar por ele. Sim têm razão, isto tem demasiado ar de sopa opera mexicana.



Mesmo a Corpse bride que é, bem, morta por um homem nojento tem mais personalidade que as mulheres deste filme…. And she’s a corpse!




3. Do you want some exposition? Some information through a song?

Ao menos se houvesse uma song! O início é completamente aborrecido… tomem infodump e tell do que aconteceu ao Barnabas para ele ficar assim… Seriously what are you, an amateur writer?... Ah yah estamos a falar do Smith, ah well carry on!
Exposition, big NONO! Nos três filmes temos músicas para expor os sentimentos das personagens, o que deu origem a algumas frases espectaculares:

They all deserve to die.
Tell you why, Mrs. Lovett, tell you why.
Because in all of the whole human race
Mrs. Lovett, there are two kinds of men and only two
There's the one staying put in his proper place
And the one with his foot in the other one's face
Look at me, Mrs Lovett, look at you.
Sweeney Todd;

And will we ever end up together?
no, I think not, it's never to become
For I am not the one
The nightmare before Christmas; Sally’s Song

If I touch a burning candle I can feel no pain
In the ice or in the sun it's all the same
Yet I feel my heart is aching
Though it doesn't beat it's breaking
And the pain here that I feel
Try and tell me it's not real
I know that I am dead
Yet it seems that I still have some tears to shed
Corpse bride; Tears to shed

Em Dark Shadows nenhuma personagem canta e as músicas são na maioria da época. As personagens se quiserem caracterizar normalmente fazem de forma directa nos diálogos. A magia de entendermos o que as personagens sentem através das suas próprias palavras e de rima perdeu-se.


4. As personagens:

Urgh, tirando o Barnabas Collins e Angelique tudo é metido à pressão! Quem são estes? Chamam-se X, do we care? Nope! Ninguém quer saber da Carolyne ou do David ou do pai do David. Tirando o Barnabas nenhuma personagem foi criada para ser importante mas sim ferramentas para a história não ser só entre o Johny Depp e a Eva Green. 



O que é pena porque tínhamos tanto por explorar e em vez disso preferiram ir pelo cliché: homem perde o amor da sua vida por uma bruxa que é obcecada com ele… As mulheres só sofrem neste filme e isso nem é a imagem de marca do Burton. A Sally arrisca a vida para ajudar o Jack, a Mrs. Lovett é louca e a sidekick do Sweeney, mas nunca uma vítima e a Corpse bride apesar de só querer justiça para a sua situação tem uma personalidade afável e tem humor. O que é que a Josette tem?? NADA! Porra, nada mesmo! Porque é que o Barnabas a ama? Who knows? I don’t! Nunca nos é explicado ou mostrado porque é que ele começou a gostar dela, só diz que sim e mostra eles a trocarem um beijo e juras de amor… Ao menos decidiram que a Vicky iria ser melhorzinha. Não digo que não seja fiel ao original, mas quer seja foi explorado de uma forma breve e amadora. I must admit que o fim é muito à Burton e isso alegrou-me o coração. Nem tudo em que o Smith tocou ficou mau!

5. Não há gore nem terror...

Tirado algumas partes em que a fotografia fica linda e os contrastes entre cores estão soberbos, o filme é uma telenovela ponto. O próprio Depp muitas vezes parece que levou com uma lata de tinta em cima.
Isto é o original Barnabas Collins:





Isto é o Jonhy Depp:

He's trying to be a bad boy... he's not succeeding...


See the difference?
Sim, o Depp parece uma personagem de um desenho animado. O papel dele está bom, as expressões faciais, o seu andar, a forma como ele diz as linhas… mas não passa disso. Não temos medo dele, e mesmo quando ele mata pessoas fá-lo fora do ecrã. É um vampiro que mata mas nunca é verdadeiramente ameaçador. O Sweeney Tood? OFF WITH THEIR THROATS! And it was g-l-o-r-i-o-u-s! Mesmo que o corpse bride e o Nightmare before christmas não tenham propriamente gore, muitas cenas dão arrepios. No Dark Shadows mesmo que tenha cenas para adolescentes, não é bold nem arrojado. É demasiado simplista. Falta sentimentos, faltam boas motivações para as personagens para se tornarem memoráveis. Uns anos depois do filme a já não me lembrava bem dele. E é algo que não queremos ver num filme do Tim Burton: algo que esquecemos com facilidade!

Claro que o filme tem partes boas, tem um contraste de cores fantástico, algumas cenas são muito bonitas e a história da Vicky é algo muito típico do Burton. Julgo que o o Burton já trabalhou com pessoal muito bom e as pessoas gostam do Burton estranho, não gostamos do Tim Burton que tenta fazer filmes "safe". Gostamos quando ele cria personagens loucas ou adapta personagens loucas. O Barnabas não tem nada disso, é uma tormented soul, um homem de família, um bom vampiro. 


O Jack Skellington também tinha boas intenções mas arruinou o Natal e isso é bom! Ele falhou. O Victor não consegue dizer os seus vows e falha. O Sweeney Todd? Erm bem... tinha um sentido estranho de justiça e um paladar ainda pior! Mas o Barnabas é demasiado fofo para ser adaptado pelo Burton e seguro. Talvez por isso não tenhamos sentido aquele "click"e o filme se tenha perdido algures na minha memória. E o meu problema é que o Burton está-se a distanciar cada vez mais do estilo que o define, aquele estilo que todos gostamos e que o levou ao sucesso. Não sei até que ponto é que ele vai levar as suas experiências até ao grande ecrã ou se vai ter sucesso com elas, mas até lá conseguiu o que poucos conseguiram: ter uma carrada de filmes como clássicos góticos que podem ser vistos em todas as idades. Mr. Burton, volte ao que era antes, we deeply love your gothic side.

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