Ligeiramente Perverso, de Mary Balogh [Opinião]

By Vera Carregueira - 23:05

Sinopse
A família Bedwyn está de volta. Estes seis irmãos e irmãs são capazes de tudo para concretizarem os seus sonhos… até de mandar às urtigas as normas rígidas da alta sociedade britânica, na qual continuam a fazer os possíveis por não ferir demasiado os sentimentos alheios.
É difícil resistir a Lord Rannulf Bedwyn. Para Judith Law, ele é um sonho tornado realidade. É com este belo desconhecido que a jovem decide passar a única noite de paixão da sua vida. Na manhã seguinte, ela submete-se resignadamente ao deprimente papel de dama de companhia de uma tia rica. Judith nunca pensou voltar a ver o homem a quem se entregou de forma tão arrebatada... e imprópria, muito menos encontrá-lo sob o mesmo teto e a cortejar a sua prima. Só que as aparências iludem. Rannulf não esqueceu a noite que passaram juntos. E Judith luta consigo mesma e com essa memória, à qual não pode ceder sob pena de perder a proteção da tia, o seu único sustento após a ruína da família. Quando um escândalo ameaça destruir a sua já frágil existência, Rannulf não hesita em recorrer ao poder e influência dos Bedwyn para a salvar. Os sentimentos de ambos estão ao rubro. Mas qual o futuro de uma relação que começou com uma paixão despudorada e culminou em humilde gratidão? Poderá o verdadeiro amor nascer de algo ligeiramente perverso?


Depois de Ligeiramente Casados esperava ansiosamente pela sua continuação, infelizmente o hiatus temporal entre a publicação do primeiro e do segundo livro fez com que as lembranças desta familia ficassem um pouco nubladas mas depressa nos vamos recordando.

Ligeiramente Perverso conta a história de um casal que vive uma escaldante paixão escondendo do outro a sua verdadeira identidade pensando que nunca mais se reencontrariam o problema é que se reencontram e só nessa altura percebem quem são na realidade.

A jovem, Judith Law, vai viver com parentes mais abastados que a tratam como se ela não passasse de uma criada em vez de a receberem como familia, criando-se aqui um certo paralelismo com a história da Cinderella, como se adivinha Judith fica bastante constrangida ao perceber que o homem com quem viveu uma história arrebatadora está na mira da sua prima e que a mesma a trata como uma simples empregada. Exceptuando a sua avó que a trata com bastante carinho as ações da restante família são deploráveis e bastante repreensível chegando a haver despeito da parte dos primos. Judith aceita tudo estoicamente pois compreende a débil situação económica de seus pais mostrando uma personalidade forte, corajosa e humilde.

Em relação a Rannulf vemos uma mudança na sua atitude, tanto em relação à sua adorada avó como em relação à sua futura herança e às propriedades e responsabilidades que acarretam, seu sentido de responsabilidade vai crescendo ao longo da narrativa bem como o seu desejo em agradar à debilitada avó que deseja vê-lo casado e com filhos. Porém este sente-se encurralado, se por um lado uma relação com Julianne é adequada a jovem é fútil e mesquinha por outro uma relação com Jude poderia ser bastante desejável se ela ocupasse uma posição mais elevada.

Mas as peripécias são mais que muitas e vemo-nos muitas vezes com sentimentos contraditórios em relação às ações de todos os envolventes na trama. Com uns protagonistas apaixonantes e uns antagonistas verdadeiramente odiosos a história tem episódios e reviravoltas surpreendentes o que torna esta leitura viciante.

Adorei rever a familia Bedwyn mais que tudo, o seu sentido de união, força e de familia mesmo é encantador e conseguem colocar-se em algumas situações mais engraçadas e também perigosas mas a entreajuda e o amor que os liga é inquestionável.

Mary Balogh soube mais uma vez conquistar a minha atenção e fiquei completamente presa aos Bedwyn, a escrita envolvente e romântica da autora transporta-nos no tempo e no espaço a uma Inglaterra que todos nós gostariamos de visitar, com locais, vestuário, eventos e pessoas que adoraríamos conhecer. Esta família tem lugar cativo na minha estante e dali não sai. Um livro mais que recomendado.

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